quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Concepções erradas sobre a teoria da evolução e sobre a natureza da ciência





CONCEPÇÃO ERRADA: A evolução não é ciência porque não pode ser observada ou testada

CORRECÇÃO: Este equívoco engloba duas ideias incorrectas: (1) que toda a ciência depende de experiências laboratoriais controladas, e (2) que a evolução não pode ser estudas usando essas experiências.

Primeiro, muitas investigações científicas não envolvem experiências ou observações directas. Os astrónomos não podem ter estrelas nas suas mãos e os geólogos não podem recuar no tempo, mas ambos os cientistas podem aprender muito sobre o universo através da observação ou da comparação. Do mesmo modo, os biólogos evolutivos podem testar as suas ideias sobre a história da vida na Terra fazendo observações no mundo real.

Segundo, apesar de não podermos realizar uma experiência que nos diga como foi que a linhagem dos dinossauros radiou, podemos estudar muitos aspectos da evolução com experiências controladas, num laboratório. Em organismos com tempos entre gerações curtos (ex.: bactérias ou moscas da fruta), podemos mesmo observar a evolução em acção no decorrer de uma experiência. E, em alguns casos, os biólogos observaram a evolução a ocorrer na natureza.

Para aprender mais sobre evolução rápida na natureza, visite a história sobre as alterações climáticas, a nova história sobre a evolução de peixes resistentes ao PCB ou o perfil de investigador sobre a evolução do tamanho dos peixes em resposta às nossas práticas de pesca [todos em inglês].

Para aprender mais sobre a natureza da ciência, visite o o sítio da internet do projecto Understanding Science [em inglês].

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CONCEPÇÃO ERRADA: A evolução é ‘apenas’ uma teoria

CORRECÇÃO: Esta concepção errada deriva de uma confusão entre o uso casual e científico da palavra teoria.

Na linguagem do dia-a-dia, teoria é muitas vezes usado como sinónimo para um palpite com pouco suporte dado pela evidência. Por outro lado, as teorias científicas são explicações abrangentes para uma ampla gama de fenómenos. Para ser aceite pela comunidade científica, uma teoria tem que ser fortemente suportada por várias linhas diferentes de evidências.

 A evolução é uma teoria científica bem suportada e amplamente aceite; não é ‘apenas’ um palpite.

Para aprender mais sobre a natureza das teorias científicas, visite o sítio da internet do projecto Understanding Science [em inglês].

Leia também esta publicação, neste blogue.

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CONCEPÇÃO ERRADA: A teoria da evolução é inválida porque é incompleta e não consegue dar uma explicação completa para a biodiversidade que observamos à nossa volta

CORRECÇÃO: Este equívoco decorre de uma má compreensão da natureza das teorias científicas. Todas as teorias científicas (da teoria da evolução à teoria atómica) são trabalhos em progresso.

À medida que novas provas se descobrem e novas ideias se desenvolvem, a nossa compreensão de como funciona o mundo muda, assim como também mudam as teorias científicas.

Apesar de não sabemos tudo o que há para saber sobre a evolução (ou sobre qualquer outra disciplina científica), sabemos muito sobre a história de vida, o padrão de ramificação de linhagens ao longo do tempo e os mecanismos que causaram essas mudanças. E iremos aprender mais no futuro.

A teoria da evolução, como qualquer outra teoria científica, ainda não explica tudo o que observamos no mundo natural. No entanto, a teoria da evolução ajuda-nos a compreender uma grande variedade de observações (do aparecimento de bactérias resistentes a antibióticos até à semelhança física entre polinizadores e suas flores preferidas), faz previsões precisas em novas situações (por exemplo, que o tratamento de pacientes de SIDA com um conjunto de medicamentos deve retardar a evolução do vírus), e provou estar correcta uma e outra vez em milhares de experiências e estudos observacionais.

Até à data, a evolução é a única explicação bem suportada para a diversidade da vida.

Para saber mais sobre a natureza das teorias científicas, visite o sítio da internet do projecto Understanding Science [em inglês].

Leia também esta publicação, neste blogue.

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CONCEPÇÃO ERRADA: As falhas no registo fóssil refutam a evolução

CORRECÇÃO: Apesar de ser verdade que há falhas no registo fóssil, isto não constitui evidência contra a teoria da evolução.

Os cientistas avaliam as hipóteses e as teorias fazendo previsões sobre o que esperamos observar se uma determinada ideia for verdadeira e, depois, verificando se essas expectativas se confirmam.

Se a teoria da evolução for verdadeira, então esperamos ver formas de transição ligando espécies antigas com os seus antepassados e os seus descendentes. Esta expectativa foi confirmada. Os paleontólogos encontraram vários fósseis com características de transição e novos fósseis estão continuamente a ser descobertos. No entanto, se a teoria da evolução for verdadeira, não esperamos que todas essas formas estejam preservadas no registo fóssil. Muitos organismos não têm partes do corpo que fossilizam bem, as condições ambientais para formar bons fósseis são raras e, claro, apenas se descobriu uma pequena percentagem dos fósseis que estarão preservados na Terra. Por isso, os cientistas esperam que para muitas transições evolutivas haja falhas no registo fóssil.

Para saber mais sobre como testar ideias científicas, visite o sítio da internet do projecto Understanding Science [em inglês].

Para saber mais sobre transições evolutivas e os fósseis que as documentam, visite o módulo sobre esse tópico [em inglês].

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