quarta-feira, 28 de novembro de 2012
nova colaboração
O concurso conta agora com a colaboração da Faculdade de Ciências da Universidade Nacional Autónoma do México (UNAM).
Alguns docentes desta instituição irão contribuir para a escrita dos textos complementares, que acompanharão as respostas recebidas pelos vencedores do concurso, e para a tradução da versão electrónica do livro para castelhano.
Desta forma, o livro editado no âmbito deste concurso ficará disponível on-line, de forma gratuita, em três idiomas: português, inglês e castelhano.
sábado, 17 de novembro de 2012
Concepções erradas sobre selecção natural e adaptação #2
CONCEPÇÃO
ERRADA: Numa população, os organismos mais aptos são aqueles que são mais
fortes, saudáveis, rápidos e/ou maiores
CORRECÇÃO: Em
termos evolutivos, aptidão tem um
significado diferente do significado quotidiano da palavra. A aptidão evolutiva
de um organismo não diz nada sobre a sua saúde mas antes sobre a sua capacidade
de passar os seus genes para a geração seguinte.
Quanto mais descendentes férteis um organismo deixar,
mais apto é. Isto não se correlaciona necessariamente com força, velocidade ou
tamanho.
Por exemplo, um macho franzino de uma espécie de ave
com penas da cauda brilhantes pode deixar mais descendentes que um macho forte mas
mais escuro e uma planta frágil com grandes vagens cheias de sementes pode
deixar mais descendentes que um espécime maior - o que significa que a ave
franzina e a planta frágil tem mais aptidão evolutiva que os seus iguais mais
fortes e maiores.
Para saber mais sobre aptidão evolutiva,
veja o separador Evolution 101 [em inglês].
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CONCEPÇÃO
ERRADA: A selecção natural é a sobrevivência dos organismos mais aptos numa
população
CORRECÇÃO: Embora
a “sobrevivência dos mais aptos” seja o lema da selecção natural, a “sobrevivência
do suficientemente apto” é mais correcto.
Na maior parte das populaçõesa, organismos
com variações genéticasa diferentes sobrevivem, reproduzem-se
e deixam descendentes que transportam os seus genes para a geração seguinte.
Não são apenas aqueles um ou dois indivíduos “melhores”
que passam os seus genes para a geração seguinte. Isto é visível em populações
ao nosso redor: por exemplo, uma planta pode não ter os alelosa
para florescer durante uma seca ou um predador pode não ser suficientemente rápido
para conseguir apanhar uma presa sempre que tem fome. Estes indivíduos podem não
ser os “mais aptos” da população mas são “suficientemente aptos” para se
reproduzirem e passar os seus genes à geração seguinte.
Para saber mais sobre o mecanismo da selecção natural,
veja o artigo sobre este tópico [em inglês].
Para saber mais sobre aptidão evolutiva,
veja o separador Evolution 101 [em inglês].
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CONCEPÇÃO
ERRADA: A selecção natural produz organismos que estão perfeitamente
adaptados ao seu ambiente
CORRECÇÃO: A
selecção natural não é toda-poderosa. Há várias razões para a selecção natural
não poder produzir características “perfeitamente construídas”.
Por exemplo, os seres vivos são feitos de
características que resultam de um conjunto complicado de concessões - mudando
uma característica para melhor pode significar uma mudança de outra para pior
(por ex., uma ave com a plumagem da cauda “perfeita” para atrair parceiros pode
ser particularmente vulnerável a predadores, por causa da sua longa cauda).
E, claro, porque os organismos surgiram a partir de
histórias evolutivas complexas (e não de um processo planificado ou de design),
o seu futuro evolutivo está muitas vezes condicionado por características que
já evoluíram.
Por exemplo, mesmo que fosse vantajoso para um
insecto desenvolver-se de outra forma que não através de mudas, esta alteração
simplesmente não poderia acontecer porque a muda faz parte da composição
genética dos insectos em vários níveis.
Para saber mais sobre as limitações da selecção natural,
visite o módulo sobre o tema [em inglês] e este módulo sobre concepções erradas
sobre selecção natural e adaptação.
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CONCEPÇÃO
ERRADA: Todas as características de um organismo são adaptações
CORRECÇÃO: Uma
vez que os seres vivos têm adaptações tão impressionantes (camuflagens
incríveis, truques para caçar presas, flores que atraem apenas os polinizadores
certos, etc.), é tentador assumir que todas
as características dos organismos têm que ser de algum modo adaptativas - reparar
algo num organismo e automaticamente questionar: “Para que servirá aquilo?”.
Enquanto algumas características são adaptativas, é
importante lembrar que muitas não são adaptações. Algumas podem ser o resultado
casual da história.
Por exemplo, a sequência de basesa
GGC codifica o aminoácidoa glicina simplesmente porque essa
foi a forma como começou por acontecer - e foi essa a forma que herdámos do
nosso ancestral comuma. Não há nada de especial na relação
entre GGC e glicina. É apenas um acidente histórico que se manteve.
Outras características podem ser o resultado
secundário de outras características. Por exemplo, a cor do sangue não é
adaptativa. Não há qualquer razão que suporte que ter o sangue vermelho seja
melhor que ter o sangue verde ou azul. O vermelho do sangue é um resultado
secundário da sua química, que o faz reflectir a luz vermelha. A química do
sangue pode ser uma adaptação mas a cor do sangue não é uma adaptação.
Para ler mais sobre explicações de características que não são adaptativas,
visite o módulo sobre o tema [em inglês] e este módulo sobre concepções erradas
sobre selecção natural e adaptação.
Para saber mais sobre características que são adaptações,
visite outra página no mesmo módulo [em inglês].
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a Definição no Glossário.
a Definição no Glossário.
domingo, 11 de novembro de 2012
Concepções erradas sobre selecção natural e adaptação #1
CONCEPÇÃO
ERRADA: Selecção natural implica que os organismos se tentam adaptar
CORRECÇÃO:
A selecção naturala leva à adaptaçãoa das
espécies ao longo do tempo mas esse processo não envolve esforços, tentativas
ou vontades. A selecção natural resulta naturalmente da variação genéticaa
de uma populaçãoa e do facto de alguns desses variantes
poderem ser capazes de deixar mais descendentes na geração seguinte do que
outros variantes.
Essa variação genética é gerada por mutações
aleatóriasa - um processo que não é afectado pelo que os
organismos de uma população querem ou o que estão a “tentar” fazer. Ou um
indivíduo tem alelosa que são suficientemente bons para a sua
sobrevivência e reprodução ou não tem; não pode obter os alelos certos “tentando”.
Por exemplo, as bactérias não evoluem resistências
aos nossos antibióticos porque “tentam” muito. Em vez disso, as resistências
evoluem porque mutações aleatórias por acaso produzem indivíduos que são mais
capazes de sobreviver ao antibiótico e esses indivíduos conseguem reproduzir-se
mais que outros, deixando mais bactérias resistentes.
Para saber mais sobre o mecanismo da selecção natural,
veja o artigo sobre este tópico [em inglês].
Para saber mais sobre mutação aleatória,
veja o artigo sobre ADN e mutações [em inglês].
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CONCEPÇÃO
ERRADA: A selecção natural dá aos organismos o que eles precisam
CORRECÇÃO: A
selecção natural não tem qualquer intenção ou sentido; não pode prever o que uma
espécie ou um indivíduo “precisa”.
A selecção actua sobre a variação genética de uma
população e esta variação genética é gerada por mutação aleatória - um processo
que não é afectado pelo que os organismos de uma população precisam.
Se por acaso uma população tem variação genética que
permite que alguns indivíduos sobrevivam a um desafio melhor que outros, ou se
reproduzam mais, então esses indivíduos vão ter mais descendentes na geração
seguinte e a população vai evoluir. Se essa variação genética não existir na
população, a população pode sobreviver na mesma (mas não evolui por selecção
natural) ou pode desaparecer. Mas a selecção natural não lhe vai dar o que “precisa”.
Para saber mais sobre o mecanismo da selecção natural,
veja o artigo sobre este tópico [em inglês].
Para saber mais sobre mutação aleatória,
veja o artigo sobre ADN e mutações [em inglês].
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CONCEPÇÃO
ERRADA: Os seres humanos não podem ter impactos negativos nos ecossistemas
porque as espécies irão evoluir de acordo com o que precisam para sobreviver
CORRECÇÃO:
Tal como descrito na concepção errada anterior, ‘A selecção natural dá aos organismos o que eles precisam’, a
selecção natural não dá automaticamente aos indivíduos as características que
estes “precisam” para sobreviver. Claro que algumas
espécies podem ter características que lhes permitem um maior sucesso sob
certas condições de alterações ambientais provocadas pelos humanos mas outras
poderão não as ter e extinguirem-sea.
Se uma população ou espécie não tiver a variação
genética certa, não irá evoluir em resposta às alterações ambientais provocadas
pelos humanos, independentemente dessas alterações serem causadas por
poluentes, mudanças climáticas, invasões do habitat ou outros factores.
Por exemplo, à medida que as mudanças climáticas
fazem com que os glaciares do Oceano Árctico se tornem mais finos e derretam
cada vez mais cedo, os ursos polares têm mais dificuldade em obter alimentação.
Se as populações de urso polar não tiverem variação genética que permita que
alguns indivíduos aproveitem as oportunidades de caça que não dependem dos
blocos de gelo oceânico, este animal pode extinguir-se no estado selvagem.
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CONCEPÇÃO
ERRADA: A selecção natural actua para beneficiar as espécies
CORRECÇÃO:
Quando ouvimos falar sobre altruísmo na natureza (por ex., os golfinhos
gastarem energias a tomar conta de um indivíduo doente ou um suricata a avisar
outros da aproximação de um predador, ainda que isso coloque o indivíduo que dá
o alarme em risco extra) é tentador pensar que esses comportamentos apareceram
por selecção natural que favorece a sobrevivência das espécies - que a selecção
natural promove comportamentos que são bons para a espécie, como um todo, mesmo
que sejam desfavoráveis ou coloquem em risco indivíduos da população. No
entanto, esta impressão está incorrecta.
A selecção natural não antecipa nem tem intenções.
Simplesmente selecciona indivíduos de uma população, favorecendo
características que permitem que os indivíduos sobrevivam e se reproduzam mais,
produzindo mais cópias dos genes desses indivíduos na geração seguinte.
De facto, teoricamente uma característica que é vantajosa
para o indivíduo (por ex., ser um predador eficiente) pode tornar-se cada vez
mais frequente e acabar por conduzir à extinçãoa de toda a
população (por ex., se a predação eficiente na verdade fizer com que se extinga
toda a população de presas, deixando os predadores sem fonte de alimentação).
Então qual é a explicação que a evolução dá para o
altruísmo se este não existe para benefício das espécies?
Esses comportamentos podem evoluir de muitas
maneiras. Por exemplo, se as acções altruístas são “pagos” noutras alturas, este
tipo de comportamento pode ser favorecido pela selecção natural. De forma
similar, se o comportamento altruísta aumentar a sobrevivência e a reprodução
de um parente próximo do indivíduo (que são igualmente susceptíveis de ter os
mesmos variantes genéticos para o altruísmo), este comportamento pode-se
disseminar pela população via selecção natural.
Para saber mais sobre o mecanismo da selecção natural,
veja o artigo sobre este tópico [em inglês].
Estudantes avançados de biologia evolutiva poderão
ter interesse em saber que a selecção actua a diferentes níveis e que, em
certas circunstâncias, a selecção ao nível da espécie pode ocorrer. No entanto,
é importante lembrar que mesmo neste caso a selecção não tem nenhuma previsão e
não está a “apontar” para qualquer resultado; simplesmente favorece as unidades
reprodutivas que são melhores a deixar cópias de si na geração seguinte.
Para saber mais sobre os níveis da selecção,
veja o artigo sobre este tópico [em inglês].
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a Definição no Glossário.
a Definição no Glossário.
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
a evolução simplificada
O filme "O maravilhoso mundo dos seres vivos: uma breve história sobre evolução" foi co-produzido pelas equipas de comunicação de ciência do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC) e do Instituto de Tecnologia Química e Biológica (ITQB), com o apoio científico de investigadores daqueles institutos.
A pensar nos mais novos, e com uma linguagem simples e acessível, explica a teoria da evolução em cerca de 7 minutos [com legendas em inglês].
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