CONCEPÇÃO
ERRADA: Numa população, os organismos mais aptos são aqueles que são mais
fortes, saudáveis, rápidos e/ou maiores
CORRECÇÃO: Em
termos evolutivos, aptidão tem um
significado diferente do significado quotidiano da palavra. A aptidão evolutiva
de um organismo não diz nada sobre a sua saúde mas antes sobre a sua capacidade
de passar os seus genes para a geração seguinte.
Quanto mais descendentes férteis um organismo deixar,
mais apto é. Isto não se correlaciona necessariamente com força, velocidade ou
tamanho.
Por exemplo, um macho franzino de uma espécie de ave
com penas da cauda brilhantes pode deixar mais descendentes que um macho forte mas
mais escuro e uma planta frágil com grandes vagens cheias de sementes pode
deixar mais descendentes que um espécime maior - o que significa que a ave
franzina e a planta frágil tem mais aptidão evolutiva que os seus iguais mais
fortes e maiores.
Para saber mais sobre aptidão evolutiva,
veja o separador Evolution 101 [em inglês].
.
CONCEPÇÃO
ERRADA: A selecção natural é a sobrevivência dos organismos mais aptos numa
população
CORRECÇÃO: Embora
a “sobrevivência dos mais aptos” seja o lema da selecção natural, a “sobrevivência
do suficientemente apto” é mais correcto.
Na maior parte das populaçõesa, organismos
com variações genéticasa diferentes sobrevivem, reproduzem-se
e deixam descendentes que transportam os seus genes para a geração seguinte.
Não são apenas aqueles um ou dois indivíduos “melhores”
que passam os seus genes para a geração seguinte. Isto é visível em populações
ao nosso redor: por exemplo, uma planta pode não ter os alelosa
para florescer durante uma seca ou um predador pode não ser suficientemente rápido
para conseguir apanhar uma presa sempre que tem fome. Estes indivíduos podem não
ser os “mais aptos” da população mas são “suficientemente aptos” para se
reproduzirem e passar os seus genes à geração seguinte.
Para saber mais sobre o mecanismo da selecção natural,
veja o artigo sobre este tópico [em inglês].
Para saber mais sobre aptidão evolutiva,
veja o separador Evolution 101 [em inglês].
.
CONCEPÇÃO
ERRADA: A selecção natural produz organismos que estão perfeitamente
adaptados ao seu ambiente
CORRECÇÃO: A
selecção natural não é toda-poderosa. Há várias razões para a selecção natural
não poder produzir características “perfeitamente construídas”.
Por exemplo, os seres vivos são feitos de
características que resultam de um conjunto complicado de concessões - mudando
uma característica para melhor pode significar uma mudança de outra para pior
(por ex., uma ave com a plumagem da cauda “perfeita” para atrair parceiros pode
ser particularmente vulnerável a predadores, por causa da sua longa cauda).
E, claro, porque os organismos surgiram a partir de
histórias evolutivas complexas (e não de um processo planificado ou de design),
o seu futuro evolutivo está muitas vezes condicionado por características que
já evoluíram.
Por exemplo, mesmo que fosse vantajoso para um
insecto desenvolver-se de outra forma que não através de mudas, esta alteração
simplesmente não poderia acontecer porque a muda faz parte da composição
genética dos insectos em vários níveis.
Para saber mais sobre as limitações da selecção natural,
visite o módulo sobre o tema [em inglês] e este módulo sobre concepções erradas
sobre selecção natural e adaptação.
.
CONCEPÇÃO
ERRADA: Todas as características de um organismo são adaptações
CORRECÇÃO: Uma
vez que os seres vivos têm adaptações tão impressionantes (camuflagens
incríveis, truques para caçar presas, flores que atraem apenas os polinizadores
certos, etc.), é tentador assumir que todas
as características dos organismos têm que ser de algum modo adaptativas - reparar
algo num organismo e automaticamente questionar: “Para que servirá aquilo?”.
Enquanto algumas características são adaptativas, é
importante lembrar que muitas não são adaptações. Algumas podem ser o resultado
casual da história.
Por exemplo, a sequência de basesa
GGC codifica o aminoácidoa glicina simplesmente porque essa
foi a forma como começou por acontecer - e foi essa a forma que herdámos do
nosso ancestral comuma. Não há nada de especial na relação
entre GGC e glicina. É apenas um acidente histórico que se manteve.
Outras características podem ser o resultado
secundário de outras características. Por exemplo, a cor do sangue não é
adaptativa. Não há qualquer razão que suporte que ter o sangue vermelho seja
melhor que ter o sangue verde ou azul. O vermelho do sangue é um resultado
secundário da sua química, que o faz reflectir a luz vermelha. A química do
sangue pode ser uma adaptação mas a cor do sangue não é uma adaptação.
Para ler mais sobre explicações de características que não são adaptativas,
visite o módulo sobre o tema [em inglês] e este módulo sobre concepções erradas
sobre selecção natural e adaptação.
Para saber mais sobre características que são adaptações,
visite outra página no mesmo módulo [em inglês].
--
a Definição no Glossário.
a Definição no Glossário.
Sem comentários:
Enviar um comentário