CONCEPÇÃO
ERRADA: Selecção natural implica que os organismos se tentam adaptar
CORRECÇÃO:
A selecção naturala leva à adaptaçãoa das
espécies ao longo do tempo mas esse processo não envolve esforços, tentativas
ou vontades. A selecção natural resulta naturalmente da variação genéticaa
de uma populaçãoa e do facto de alguns desses variantes
poderem ser capazes de deixar mais descendentes na geração seguinte do que
outros variantes.
Essa variação genética é gerada por mutações
aleatóriasa - um processo que não é afectado pelo que os
organismos de uma população querem ou o que estão a “tentar” fazer. Ou um
indivíduo tem alelosa que são suficientemente bons para a sua
sobrevivência e reprodução ou não tem; não pode obter os alelos certos “tentando”.
Por exemplo, as bactérias não evoluem resistências
aos nossos antibióticos porque “tentam” muito. Em vez disso, as resistências
evoluem porque mutações aleatórias por acaso produzem indivíduos que são mais
capazes de sobreviver ao antibiótico e esses indivíduos conseguem reproduzir-se
mais que outros, deixando mais bactérias resistentes.
Para saber mais sobre o mecanismo da selecção natural,
veja o artigo sobre este tópico [em inglês].
Para saber mais sobre mutação aleatória,
veja o artigo sobre ADN e mutações [em inglês].
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CONCEPÇÃO
ERRADA: A selecção natural dá aos organismos o que eles precisam
CORRECÇÃO: A
selecção natural não tem qualquer intenção ou sentido; não pode prever o que uma
espécie ou um indivíduo “precisa”.
A selecção actua sobre a variação genética de uma
população e esta variação genética é gerada por mutação aleatória - um processo
que não é afectado pelo que os organismos de uma população precisam.
Se por acaso uma população tem variação genética que
permite que alguns indivíduos sobrevivam a um desafio melhor que outros, ou se
reproduzam mais, então esses indivíduos vão ter mais descendentes na geração
seguinte e a população vai evoluir. Se essa variação genética não existir na
população, a população pode sobreviver na mesma (mas não evolui por selecção
natural) ou pode desaparecer. Mas a selecção natural não lhe vai dar o que “precisa”.
Para saber mais sobre o mecanismo da selecção natural,
veja o artigo sobre este tópico [em inglês].
Para saber mais sobre mutação aleatória,
veja o artigo sobre ADN e mutações [em inglês].
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CONCEPÇÃO
ERRADA: Os seres humanos não podem ter impactos negativos nos ecossistemas
porque as espécies irão evoluir de acordo com o que precisam para sobreviver
CORRECÇÃO:
Tal como descrito na concepção errada anterior, ‘A selecção natural dá aos organismos o que eles precisam’, a
selecção natural não dá automaticamente aos indivíduos as características que
estes “precisam” para sobreviver. Claro que algumas
espécies podem ter características que lhes permitem um maior sucesso sob
certas condições de alterações ambientais provocadas pelos humanos mas outras
poderão não as ter e extinguirem-sea.
Se uma população ou espécie não tiver a variação
genética certa, não irá evoluir em resposta às alterações ambientais provocadas
pelos humanos, independentemente dessas alterações serem causadas por
poluentes, mudanças climáticas, invasões do habitat ou outros factores.
Por exemplo, à medida que as mudanças climáticas
fazem com que os glaciares do Oceano Árctico se tornem mais finos e derretam
cada vez mais cedo, os ursos polares têm mais dificuldade em obter alimentação.
Se as populações de urso polar não tiverem variação genética que permita que
alguns indivíduos aproveitem as oportunidades de caça que não dependem dos
blocos de gelo oceânico, este animal pode extinguir-se no estado selvagem.
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CONCEPÇÃO
ERRADA: A selecção natural actua para beneficiar as espécies
CORRECÇÃO:
Quando ouvimos falar sobre altruísmo na natureza (por ex., os golfinhos
gastarem energias a tomar conta de um indivíduo doente ou um suricata a avisar
outros da aproximação de um predador, ainda que isso coloque o indivíduo que dá
o alarme em risco extra) é tentador pensar que esses comportamentos apareceram
por selecção natural que favorece a sobrevivência das espécies - que a selecção
natural promove comportamentos que são bons para a espécie, como um todo, mesmo
que sejam desfavoráveis ou coloquem em risco indivíduos da população. No
entanto, esta impressão está incorrecta.
A selecção natural não antecipa nem tem intenções.
Simplesmente selecciona indivíduos de uma população, favorecendo
características que permitem que os indivíduos sobrevivam e se reproduzam mais,
produzindo mais cópias dos genes desses indivíduos na geração seguinte.
De facto, teoricamente uma característica que é vantajosa
para o indivíduo (por ex., ser um predador eficiente) pode tornar-se cada vez
mais frequente e acabar por conduzir à extinçãoa de toda a
população (por ex., se a predação eficiente na verdade fizer com que se extinga
toda a população de presas, deixando os predadores sem fonte de alimentação).
Então qual é a explicação que a evolução dá para o
altruísmo se este não existe para benefício das espécies?
Esses comportamentos podem evoluir de muitas
maneiras. Por exemplo, se as acções altruístas são “pagos” noutras alturas, este
tipo de comportamento pode ser favorecido pela selecção natural. De forma
similar, se o comportamento altruísta aumentar a sobrevivência e a reprodução
de um parente próximo do indivíduo (que são igualmente susceptíveis de ter os
mesmos variantes genéticos para o altruísmo), este comportamento pode-se
disseminar pela população via selecção natural.
Para saber mais sobre o mecanismo da selecção natural,
veja o artigo sobre este tópico [em inglês].
Estudantes avançados de biologia evolutiva poderão
ter interesse em saber que a selecção actua a diferentes níveis e que, em
certas circunstâncias, a selecção ao nível da espécie pode ocorrer. No entanto,
é importante lembrar que mesmo neste caso a selecção não tem nenhuma previsão e
não está a “apontar” para qualquer resultado; simplesmente favorece as unidades
reprodutivas que são melhores a deixar cópias de si na geração seguinte.
Para saber mais sobre os níveis da selecção,
veja o artigo sobre este tópico [em inglês].
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a Definição no Glossário.
a Definição no Glossário.
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